domingo, 24 de abril de 2011

Uma nova construção


“Levamos nossos eus internos conosco aonde quer que andemos. Mudar as circunstâncias externas é como mudar o papel de parede no quarto de uma mansão. O nosso mundo só pode ser mudado a partir do interior, porque é daí que ele vem”.
Michel Brown

Uma injustiça não pode ser curada através de outra. Remoer o passado não constrói um futuro criativo, novo, capaz de transcender as injustiças e mágoas. Não se atinge o equilíbrio invertendo a polaridade.
Pensar que se pode resgatar uma situação valorizando outra, em detrimento da anterior, é nutrir a malha das ilusões. Nutrir os sonhos de alguns destruindo os de outros é continuar na malha das ilusões.
É um engano acreditar no “eu ou você” como coisas separadas. Quando se acusa, se busca paralisar o outro pela culpa. Quando se perdoa, os nós são desfeitos, a energia volta a fluir, a integração acontece.
Esta humanidade foi construída através de muitos enganos, e o que é necessário agora não é mudar de engano, mas transcendê-los.
Só se transcende os enganos, mudando o nível de consciência. Se onde se estava, reinava o poder, o egocentrismo, e o controle, que agora possa reinar o amor, e este é inclusivo, benevolente, compassivo.
Ninguém pode ser feliz tirando do outro o que realmente a ele pertence, pelo direito da conquista verdadeira e merecida, da ressonância, da construção da sua alma. Não se está falando aqui de personalidades e dos direitos ditados pelas leis egóicas, mas de algo mais profundo, verdadeiro, ao que diz respeito aos níveis onde vibra a sabedoria.
Viver expondo um sentimento de vítima e de mártir, não ressoa com a sabedoria, não energiza, não dá a volta por cima em nenhuma situação. Com estes sentimentos o que se busca é ser nutrido pela energia do outro ou dos outros, e isto é ilusão.
Não é preciso tirar ou roubar a energia do outro para viver. Vivemos em um universo que tem a abundância como uma das principais características. Só é impotente quem acredita que o é – você é o que acredita ser. Cada pessoa é o que acredita ser. Somos eternos construtores, “feitos à imagem e semelhança” do Criador.