sábado, 6 de agosto de 2011

AUTO-SABOTAGEM

  
                                    Quando agimos contra nós próprios, levamo-nos
para longe do nosso ideal de vida.

A auto-sabotagem acontece quando deixamos que pensamentos e sentimentos que tem origem nas nossas dificuldades, nos nossos medos, anseios e angústias, emerjam das profundezas do nosso inconsciente permeando o momento atual da nossa vida, associando-o às nossas histórias passadas, pessoais ou ancestrais. É quando permitimos que a sombra dos sentimentos passados envolva a nossa vida, escurecendo a visão, distorcendo o momento presente, definindo caminhos. Desta maneira vivemos o presente com o sentimento do passado, repetindo indefinidamente as mesmas histórias.
 Quando essas memórias passadas nos “tomam”, apossando-se das nossas emoções, a auto-sabotagem chega, traindo os nossos ideais de paz, harmonia e felicidade, destruindo os nossos melhores anseios e fazendo com que situações que tem todo o potencial de harmonia, tornem-se caóticas. Nos auto-sabotamos quando, apesar de querermos o melhor para as nossas vidas, agimos de forma inversa e destrutiva, plantando a desarmonia, a dor e o desencontro, impossibilitando-nos de chegarmos ao objetivo almejado.
Essas formas de agir e sentir não são conscientes. Elas são mantidas pelas histórias que criamos para justificá-las. Normalmente não nos damos conta de que essas histórias não são reais. Não percebemos que elas fazem parte de um mundo interno, baseado em sentimentos antigos que não foram atualizados, liberados, libertados. Assim, as dificuldades que vivemos, originam-se dentro de nós e não fora. Somos nós que estamos enxergando as pessoas e as situações, da nossa forma pessoal, criando barreiras, destruindo a paz.
Mas, então, qual é a solução?
Ficar cada vez mais no “observador interno”, isto é, naquele lugar de paz e lucidez que temos dentro de nós, escolhendo a paz, a compreensão. Dar-se conta o tempo todo que estamos vivendo o que escolhemos viver, não conscientemente, mas com os nossos sentimentos, pensamentos e crenças.
É preciso também expandir o nosso mundo pessoal, olhar nos olhos da outra pessoa, procurando ver o que realmente se passa com ela, não misturar as histórias que trazemos com as histórias que as outras pessoas construíram e trazem consigo e, acima de tudo, ter em mente que essas histórias, as nossas e as delas, não são reais.
Tudo isso, porém, precisa ser visto com muito discernimento e compaixão. É importante termos a certeza da capacidade que temos de mudar o olhar, e passar a ver as coisas como elas de fato são, além de perceber em cada pessoa ou situação o que há de melhor nelas.
Através do autoconhecimento e da escolha decisiva pela mudança, da avaliação do nosso comportamento, de como estamos escolhendo trilhar o nosso caminho, do que nos motiva a fazer esta ou aquela escolha ou se estamos compulsivamente repetindo algum comportamento na nossa vida, podemos, com todas as nossas forças, abraçar e defender o nosso propósito na vida.