quarta-feira, 1 de maio de 2013

LEMBRANDO KRISHNAMURTI




Eu chorei, mas não desejo que os demais chorem; mas se o fizerem, agora sei o que isso significa. (...) É preciso que se libertem, não por minha causa, mas apesar de mim. Toda esta vida e, especialmente nos últimos meses, tenho lutado para ser livre – livre dos meus amigos, dos meus livros, de minhas associações. Vocês devem lutar pela mesma liberdade. Deve haver uma constante inquietação interior. Segurem um espelho constantemente à sua frente. Se houver algo indigno que criaram para si mesmo, mudem-no. Não façam de mim uma autoridade. Se eu me tornar uma autoridade para vocês, o que farão quando eu partir? Alguns de vocês acreditam que eu possa lhe dar uma bebida que os tornará livres, que posso lhes dar uma fórmula que os libertará – mas não é assim. Eu posso ser a porta, mas vocês devem passar por ela e encontrar a libertação que está além dela... A verdade chega como um ladrão – quando menos se espera por ela. Gostaria de poder inventar uma nova língua; como não posso, gostaria de destruir a velha fraseologia e antigos conceitos. Ninguém pode lhes dar a libertação. Terão de encontrá-la dentro de si, mas porque eu a encontrei, eu lhes mostrarei o caminho... Aquele que atingiu a libertação tornou-se um instrutor. Cada um de vocês tem o poder de entrar na chama, de se tornarem a própria chama... Porque eu estou aqui, se me tiverem em seus corações, eu lhes darei a força para alcançá-la. A libertação não se destina aos poucos, aos escolhidos, aos eleitos.

Jiddu Krishnamurti