Houve uma
época em que acreditei nas histórias como elas pareciam ser. Acreditei que a
forma como as pessoas agiam era em função da natureza delas ou consequência das
ações das outras pessoas. Mas agora sei que as coisas não funcionam desta
forma.
As pessoas
agem e sentem da forma como é, por causa da própria história e dos seus
antepassados. É daí que são originadas as intermináveis repetições de padrões
de comportamento e também de sofrimento. Enquanto forem inconscientes disto não
terão escolha e não conseguirão mudar a sua forma de ser, agir e pensar.
As coisas
acontecem desta forma porque vivemos imersos em campos sistêmicos ou campos
morfogenéticos. Todas as estruturas – seja um organismo, uma família ou uma organização
-, vivem imersas em uma espécie de “campo de memória”, que contém todas as
informações ligadas à história daquela estrutura, todos os acontecimentos
passados, conhecidos ou não.
As pessoas imersas
em um determinado campo estão sob a influência das suas informações e memórias.
Hábitos, padrões de comportamento, emoções, pensamentos e sentimentos tem relação
com essas memórias. Até mesmo os acontecimentos vividos e as angústias sofridas,
o que acreditamos sobre nós mesmos, sobre os acontecimentos e sobre as outras
pessoas estão relacionados com o campo.
É importante
a tomada de consciência de que estes sentimentos, que não são originalmente nossos,
estão regendo a nossa vida e que a história que estamos vivendo não é nossa. Só
a partir dessa consciência podemos fazer a escolha de nos dissociarmos daqueles
sentimentos e suas consequentes reações. Podemos, então, olhar para a situação
com distanciamento e fazer novas escolhas, com clareza e lucidez, construindo,
desta forma, a nossa própria história, aquela que escolhemos viver.