quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

ROMPENDO A REPETIÇÃO

Houve uma época em que acreditei nas histórias como elas pareciam ser. Acreditei que a forma como as pessoas agiam era em função da natureza delas ou consequência das ações das outras pessoas. Mas agora sei que as coisas não funcionam desta forma.
As pessoas agem e sentem da forma como é, por causa da própria história e dos seus antepassados. É daí que são originadas as intermináveis repetições de padrões de comportamento e também de sofrimento. Enquanto forem inconscientes disto não terão escolha e não conseguirão mudar a sua forma de ser, agir e pensar.
As coisas acontecem desta forma porque vivemos imersos em campos sistêmicos ou campos morfogenéticos. Todas as estruturas ­– seja um organismo, uma família ou uma organização -, vivem imersas em uma espécie de “campo de memória”, que contém todas as informações ligadas à história daquela estrutura, todos os acontecimentos passados, conhecidos ou não.
As pessoas imersas em um determinado campo estão sob a influência das suas informações e memórias. Hábitos, padrões de comportamento, emoções, pensamentos e sentimentos tem relação com essas memórias. Até mesmo os acontecimentos vividos e as angústias sofridas, o que acreditamos sobre nós mesmos, sobre os acontecimentos e sobre as outras pessoas estão relacionados com o campo.

É importante a tomada de consciência de que estes sentimentos, que não são originalmente nossos, estão regendo a nossa vida e que a história que estamos vivendo não é nossa. Só a partir dessa consciência podemos fazer a escolha de nos dissociarmos daqueles sentimentos e suas consequentes reações. Podemos, então, olhar para a situação com distanciamento e fazer novas escolhas, com clareza e lucidez, construindo, desta forma, a nossa própria história, aquela que escolhemos viver.